A literatura talvez seja o espaço onde as mulheres conseguem se expressar com mais desenvoltura, apesar dos desafios históricos. À época do movimento sufragista no Reino Unido, o feminismo já era bem presente nas páginas impressas – aliás, a escritora Mary Wollstonecraft foi pioneira na defesa do voto e outros direitos das mulheres.
Preparamos uma lista com 10 autoras proeminentes, tanto brasileiras quanto estrangeiras, e suas principais obras. Confira abaixo.
Simone de Beauvoir
Escritora e filósofa existencialista, Beauvoir também foi uma conhecida feminista. A ela é atribuída a frase mais conhecida do movimento: "não se nasce mulher, torna-se mulher". Escreveu romances, ensaios e graduou-se em matemática, literatura e línguas pela Sorbonne. Ao lado de Sartre, obteve o título de Agrégation aos 21 anos, uma espécie de "selo de qualidade" para conduzir trabalhos científicos de forma independente.Obra selecionada: O segundo sexo. [Saraiva | Cultura]
Jane Austen
Apesar de ser apontada como uma romancista conservadora, alguns críticos ressaltam que sua obra é perpassada por uma fina ironia e diálogos contundentes. Criada em uma família da nobreza agrária britânica, seus livros eram dirigidos ao mesmo público.Obra selecionada: Orgulho e preconceito. [Cultura | Submarino | Saraiva]
Emily Brontë
Reclusa e introvertida, era a segunda mais velha das irmãs Brontë. Pouco se sabe sobre sua biografia. Escreveu vários versos, mas sua obra mais importante foi Wuthering Heights, considerado um clássico da literatura mundial.Obra selecionada: O morro dos ventos uivantes. [Cultura | Saraiva | Submarino]
Cecília Meireles
Brasileira filha de açorianos, começou a escrever poesias aos nove anos de idade. Com 18 publicou seu primeiro livro. Seu estilo é considerado atemporal, com influências do modernismo, simbolismo, classicismo, realismo e surrealismo. Foi ativista pela educação, além de jornalista e professora, e fundou, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil. Foi laureada com o título de doutora Honoris Causa pela Universidade de Délhi, na Índia.Obra selecionada: Romanceiro da Inconfidência. [Cultura | Saraiva | Submarino]
Rachel de Queiroz
Iniciou sua carreira de escritora e jornalista escrevendo crônicas e poemas para o jornal O Ceará. Seu primeiro romance, O Quinze, causou impacto ao relatar a batalha do povo nordestino contra a seca e a miséria. O forte aspecto social não apaga a profundidade psicológica que infunde aos seus personagens. Em 1937 foi presa acusada de ser comunista, mas apoiou o golpe militar de 1964. Ocupou, desde a década de 70 até sua morte, a cadeira número 5 da Academia Brasileira de Letras.Obra selecionada: Memorial de Maria Moura. [Cultura | Saraiva | Submarino]
Clarice Lispector
Ucraniana, nordestina e carioca, Lispector é conhecida pelos seus aforismas, bem populares na internet. Tanto que alguns são inventados e atribuídos à escritora. Estudou Direito e trabalhou como editora e repórter na Agência Nacional. Era conhecida de Getúlio Vargas e frequentava círculos de poetas dos quais faziam parte Vinícius de Moraes, Rachel de Queiroz e Otávio Faria. Fluente em pelo menos sete idiomas, trabalhou também como tradutora. Publicou oito romances, uma novela, seis contos, duas crônicas e cinco histórias de literatura infantil.Obra selecionada: Água Viva. [Cultura | Saraiva | Submarino]
Cora Coralina
Doceira de profissão, a simplicidade da vida e das ruas históricas de Goiás imprimiram uma forte tendência na sua poesia. Seu primeiro livro foi publicado quando ela contava 76 anos de idade. Como muitos artistas, ela passou a atender apenas pelo pseudônimo em uma certa altura da vida – seu nome e batismo era Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas.Obra selecionada: Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. [Saraiva]
Chimamanda Adichie
Nigeriana, estudou nos Estados Unidos e tornou-se conhecida após a publicação de sua palestra no TED Talks, intitulada O perigo das histórias únicas, em 2009. Também é uma reconhecida feminista.Obra selecionada: Meio sol amarelo. [Amazon | Saraiva | Cultura]
Adélia Prado
Professora de carreira, exerceu o magistério durante 24 anos antes que passasse a viver apenas como escritora. Ao contrário da maioria das escritoras feministas, sua obra aborda o cotidiano como mãe, dona-de-casa e esposa, ressalta valores cristãos e abraça a vida simples e provinciana. Seu livro de estreia, publicado quando ela tinha 40 anos de idade, foi criticado e recomendado por Carlos Drummond de Andrade.Obra recomendada: Bagagem. [Amazon | Saraiva | Cultura]
Hannah Arendt
A judia alemã radicada nos Estados Unidos já era uma filósofa conhecida quando se ofereceu para cobrir o julgamento de Adolf Eichmann em Jerusalém. Sua série de cinco artigos para a revista The New Yorker chocaram a comunidade judaica por não descrever o administrador da "Solução Final" como um demônio, mas como um burocrata comum.Obra recomendada: As origens do totalitarismo. [Amazon | Cultura]